Brino Mello: Biografia, Carreira, Vida Pessoal

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Brino Mello: Biografia, Carreira, Vida Pessoal
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Brino Jigino de Mello é um jogador, atleta e jogador negro de futebol brasileiro. Seu único papel conhecido foi no filme de 1959 Black Orpheus.

Brino Mello: biografia, carreira, vida pessoal
Brino Mello: biografia, carreira, vida pessoal

Biografia

Breno Mello nasceu em 7 de setembro de 1931 na cidade de Porto Allegri, capital do estado do Rio Grande do Sul, região sul do Brasil. Sua família era muito pobre e mal conseguia pagar as contas. O pequeno Brino ajudou a mãe a vender galinhas. Devido à pobreza, o menino só conseguiu se formar na escola primária.

Desde a juventude, Brino gostava de futebol. Brino iniciou sua carreira futebolística no clube Grêmio Esportivo Renner, de sua cidade natal, o Porto Allegri. Com esta equipe conquistou o Campeonato Gaúcho de 1954.

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Em 1957 mudou-se para o Rio de Janeiro e tornou-se jogador profissional de futebol pelo clube Fluminense. Além deles, jogou com frequência no clube Santos FS, onde conheceu o famoso jogador de futebol Pelé.

Certa vez, Brino estava andando pelas ruas do Rio de Janeiro e inesperadamente conheceu o diretor Marcel Camus. O diretor parou o jogador de futebol e perguntou se ele gostaria de participar das filmagens como ator.

Carreira

Depois de receber a aprovação, Camus levou Mello para o papel principal em seu clássico filme de 1959 Black Orpheus (originalmente intitulado Orpheus Negro), no qual Mello interpretou um personagem chamado Orpheus. O diretor ficou fascinado com a constituição física de Brino, que, aliás, combinava perfeitamente com o personagem do personagem principal. Segundo a lenda, Brino, que não falava uma palavra em francês e dificilmente escrevia em brasileiro devido à sua atratividade física, conseguiu vencer o concurso entre mais de 300 candidatos ao papel principal.

Black Orpheus ou Orfeu Negro foi uma tragédia romântica de 1959 filmada no Brasil pelo cineasta francês Marcel Camus. Além de Brenno de Mello, a atriz americana Marpessa Dawn estrelou. O filme é baseado na peça Orfeu da Consensau, de Vicinius de Moray, que foi uma adaptação da antiga lenda grega de Orfeu e Eurídice ao contexto moderno das favelas e carnaval do Rio de Janeiro. O filme é uma colaboração internacional entre produtoras do Brasil, Itália e França. A maior parte dos episódios do filme foi filmada no Moro da Babilônia, na região de Lemme, no Rio de Janeiro.

A trama do filme reinterpreta o mito de Orfeu à luz da pobreza e miséria da classe trabalhadora brasileira, que se manifesta claramente no cenário do mundialmente famoso carnaval brasileiro. Um jovem motorista de bonde negro chamado Orpheus conhece uma linda garota estrangeira Eurídice enquanto dirigia ao longo da rota. Terminado o turno, eles se encontram e passam uma noite maluca no carnaval brasileiro. No entanto, o amor de um jovem casal termina em tragédia.

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A música bossa nova foi escolhida como trilha sonora do filme. As canções tocadas no filme são conhecidas em nossa época. Entre eles estão A Felicidade, Samba de Orpheus e Manha de Carnaval, dos compositores brasileiros Antonio Carlos Hobima e Luis Bonfa. A última composição também é conhecida como "Um dia na vida de um tolo" e foi interpretada pelo personagem Orfeu. Na versão original do filme, a música era interpretada pelo próprio Brino Mello, mas posteriormente sua voz foi re-dublada pelo cantor Agostinho dos Santos.

Orfeu se tornou o único papel de sucesso em toda a carreira de ator de Brino. As avaliações dos críticos sobre seu desempenho, no entanto, foram muito confusas. Por exemplo, o repórter Bosley Crowther escreveu um artigo no New York Times em 1959 depois de assistir a um filme, no qual criticava Mello como ator em pedacinhos. Em particular, ele escreveu que Brino desempenha seu papel mais como dançarino do que como ator desempenhando o papel de um homem apaixonado.

Do ponto de vista de outros críticos, a atuação de Mello foi descrita como natural, revelando seu verdadeiro talento como ator. Por exemplo, Hollis Alpert, em um artigo para a Saturday Review, considera o desempenho de Brino admirável. No final, os críticos concordaram que Mello no papel de Orfeu não parecia tão negativo. Que o ator ganhou "um Orfeu bonito e corajoso, que brilhava quando estava coberto de suor".

Filmado no estilo do neo-realismo, o filme foi um grande sucesso internacional de crítica e público. O filme ganhou vários prêmios mundiais, incluindo a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 1959, o Globo de Ouro de 1960 de Melhor Filme Estrangeiro e foi indicado (mas não ganhou) ao Oscar de 1960. do ano na categoria "Melhor Filme Estrangeiro".

No entanto, Mello não estava no elenco para a premiação. Só mais de 40 anos depois, em 2005, Brino Mello, às custas do governo brasileiro, pôde comparecer ao Festival de Cannes a convite dos produtores do documentário de 2005 "Em Busca do Orfeu Negro" (Em Busca do Orfeu negro / A la recherché d'Orfeu) de uma produção conjunta franco-brasileira. Na cerimônia de premiação, Mello não esteve sozinho, mas na companhia de seu amigo Pelé e do então Ministro da Cultura do Brasil, Gilberto Gil. Todos os três se tornaram cidadãos honorários de uma das cidades francesas.

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Mello dividiu com o amigo o jogador de futebol Pelé o valor recebido pelo filme “Orfeu Negro”.

Criatividade subsequente

Depois de "Black Orpheus", Brino Mello estrelou em vários outros filmes pouco conhecidos:

  • San Rata de Puerto (1963);
  • Os Vencidos (1963);
  • "Sobre o Santo Modico" (1964);
  • Negrino do Pastoreio (1973) como negro;
  • O Prisioneiro do Rio (1988) é um filme policial de Ronald Biggs, estrelado por Mello como Silêncio.

No entanto, Mello nunca foi capaz de se tornar um ator de cinema profissional e foi forçado a ganhar a vida como jogador de futebol. Na época, a indústria cinematográfica brasileira não tinha financiamento e muitos atores não podiam se alimentar apenas com o pagamento das filmagens. Muitas pessoas tiveram que ganhar dinheiro em algum lugar. É por isso que apenas alguns têm uma carreira de ator de sucesso. Melo, em particular, teve que continuar jogando futebol profissionalmente.

Em 2004, dois cineastas franceses, Bernard Tournois e Rene Letzgus, decidiram fazer um documentário sobre o impacto de Black Orpheus no mundo da música brasileira, em particular no movimento da música bossa nova. Para a filmagem do filme, que se intitulou "Em Busca de Orfeu Negro" (2005), os realizadores tiveram de encontrar Brino de Mello e garantir a sua participação nas filmagens como protagonista.

Vida pessoal

Brino viveu a maior parte de sua vida em Florianópolis, estado de Santa Catarina, Brasil.

Mello é casado duas vezes e tem cinco filhos. Ele viveu com sua primeira esposa por um curto período em Novo-Hamburgo. Ela deu à luz quatro filhos, após os quais se divorciaram.

Sua segunda esposa, Amélia Santos-Correa, mais conhecida como Maná, deu à luz seu quinto filho - uma filha, que se chamava Letícia. Mello se divorciou dela também.

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Após o fim da carreira no futebol, Mello viciou-se no jogo e viveu na pobreza até o fim da vida, embora ganhasse um bom dinheiro como ator em anúncios na televisão e como treinador de futebol. Nos últimos anos de sua vida, teve que trabalhar como motorista, trabalhador e até jornaleiro.

Após atingir a idade de reforma, o Estado concedeu-lhe uma pensão mínima (equivalente a 150 euros por mês) e teve de regressar às favelas da sua cidade natal, Porto Allegri.

Brino Mello morreu no dia 11 de julho de 2008 aos 76 anos de idade nas favelas de sua cidade natal de Porto Allegri de um ataque cardíaco. Naquela época, ele estava sozinho e empobrecido há muito tempo. Seu corpo foi encontrado por vizinhos alguns dias após sua morte. Pouco antes de sua morte, Mello trabalhou na redação de sua autobiografia. Seu corpo foi enterrado no cemitério Juan XXIII.

Sua co-estrela no filme Black Orpheus, a atriz americana Marpessa Don, sobreviveu a Mello por apenas 42 dias. Ela morreu em Paris, França, de ataque cardíaco aos 74 anos.

A partir de 2008, outro documentário sobre a história de vida de Brino de Mello, Descoberta de Orfeu, dirigido por Rene Goya Filho e Alexander Derlam, estava em preparação. Eles coletaram mais de 10 horas de vídeos sobre a vida pessoal do ator. O primeiro teaser do filme foi exibido em 2008, no Festival de Cinema de Gramado.

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