Em 2013, o nome de Edward Snowden não saiu das manchetes e apareceu no noticiário da TV. Técnico da CIA, agente especial da NSA, apanhou serviços americanos em violação dos direitos civis e liberdades de pessoas em todo o mundo.
Infância e juventude
O futuro agente especial nasceu em 1983 em Elizabeth City. Chefe de família servia na Guarda Costeira da Carolina do Norte, a mãe se dedicava à jurisprudência. Logo o casal se divorciou, Edward e irmã Jessica ficaram com sua mãe. O menino passou a infância em casa, onde se formou no ensino médio.
Em 1999, a família mudou-se para Maryland. O jovem virou estudante universitário, estudou informática, se preparava para ingressar na universidade em cursos preparatórios. Mas a saúde debilitada o impediu de concluir seus estudos em tempo hábil, o jovem esteve ausente das aulas por vários meses. Os estudos continuaram remotamente pela Internet até 2011, quando Edward concluiu seu mestrado pela Universidade de Liverpool.
Em 2004, Snowden serviu nas Forças Armadas dos Estados Unidos. Ele sonhava em chegar ao Iraque e "ajudar as pessoas a se libertarem da opressão". Durante o exercício, o recruta quebrou as duas pernas e foi desmobilizado.
Trabalho nos serviços especiais
Uma nova etapa na biografia de Snowden foi o trabalho nas agências de segurança nacional do estado. A carreira do jovem começou como guardião de uma instalação na Universidade de Maryland. Ele recebeu o mais alto nível de habilitação de segurança não apenas para informações classificadas, mas também para informações de inteligência. Ele foi então transferido para a base da NSA no Havaí como administrador de sistema.
Outro local de serviço de Edward tornou-se a CIA, onde ele estava envolvido com questões de segurança da informação. Por dois anos em Genebra, sob cobertura diplomática, ele forneceu segurança de computador. Durante este período, Snowden experimentou grande decepção com as atividades dos serviços especiais domésticos, ele ficou especialmente surpreso com a maneira como os funcionários recrutavam e recebiam as informações necessárias. Desde 2009, Snowden iniciou a cooperação com empresas de consultoria que trabalharam em conjunto com a NSA, entre elas, empreiteiros militares.
Divulgação de informações
O que ele viu na Suíça libertou Snowden de ilusões e o fez pensar sobre os benefícios de tais ações governamentais. As atividades de acompanhamento apenas confirmaram sua determinação e a necessidade de passar à ação ativa. Ele esperava que a chegada do presidente Barack Obama à Casa Branca melhorasse a situação, mas ela só piorou.
Snowden começou a agir de forma decisiva em 2013, quando enviou um e-mail para a diretora e produtora de cinema Laura Poitras anonimamente. A carta continha informações de que o autor possui informações importantes. O próximo passo decisivo foi a comunicação criptografada com o inglês Glenn Greenwald do Guardian e o autor de artigos para o Washington Post, Barton Gellman. De acordo com as informações disponíveis, Snowden deu a eles quase duzentos mil arquivos classificados como "secretos". No final da primavera, esses dois publicitários começaram a receber materiais de Edward sobre o programa PRISM, criado pela inteligência americana. A essência do programa estadual era coletar secretamente informações sobre cidadãos de todo o mundo. A cada ano, o sistema interceptava um bilhão e meio de conversas telefônicas e e-mails e também registrava a movimentação de bilhões de pessoas que possuíam telefones celulares. De acordo com o chefe de inteligência da informação, o sistema funcionava em uma base totalmente legal, o que permitia monitorar o tráfego da rede dos usuários de alguns recursos da Internet. Qualquer cidadão dos Estados Unidos poderia estar "sob o capô", os estrangeiros eram de particular interesse. O sistema possibilitou visualizar e-mails, fotos, ouvir chats de vídeo e mensagens de voz, além de extrair detalhes da vida pessoal nas redes sociais.
Exposição
O Serviço de Segurança Nacional iniciou uma investigação sobre o vazamento na imprensa de informações sobre o funcionamento do sistema PRISM. Após a divulgação, muitas empresas, em particular a Googl, começaram a verificar os sistemas de criptografia de informações para evitar vazamento de informações sobre seus usuários. Anteriormente, essa empresa de Internet, como muitas outras, criptografava dados apenas em trânsito e eram armazenados sem segurança em servidores. A organização americana de defensores dos direitos humanos entrou com diversos processos junto às autoridades judiciais para declarar ilegal a coleta de dados. Logo houve uma reação da União Europeia de que medidas para proteger a informação também estavam planejadas lá.
Um técnico divulgou informações sobre a vigilância de um bilhão de pessoas em dezenas de países. Sua lista incluía grandes empresas de Internet e celular que colaboravam com os serviços especiais diariamente. Eduardo justificou suas ações defendendo a abertura e o respeito pelos legítimos interesses da sociedade.
O diretor da NSA acusou Snowden de obter informações não apenas sobre a inteligência dos Estados Unidos, mas também sobre a Grã-Bretanha. E o Pentágono disse que possui informações sobre muitas operações militares secretas. Havia uma versão de que Snowden tecnicamente não poderia realizar tal operação sozinho, havia palavras sobre o possível apoio da inteligência russa. No entanto, não havia nenhuma evidência disso, e Edward negou assistência de outros estados. O próprio acusado estava bem ciente de que teria que "sofrer por suas ações". Ele sacrificou uma vida tranquila no Havaí para se opor à violação das liberdades das pessoas por meio de vigilância total. Ele não considerou o ato heróico e não colocou o dinheiro à frente de tudo: “Não quero viver em um mundo onde não haja segredo da vida privada”.
Fugir para o exterior
Quase imediatamente, Snowden deixou o país e voou para Hong Kong, onde continuou a se comunicar com repórteres. Duas semanas depois, a polícia apareceu em sua casa no Havaí. O Washington Post e o Guardian publicaram imediatamente os materiais que receberam expondo o sistema PRISM. Em Hong Kong, junto com jornalistas, gravou uma entrevista em vídeo, e se declarou abertamente. Além disso, Edward planejava partir para a Islândia, acreditando que o país apoiava a liberdade de expressão melhor de tudo. Permanecer em Hong Kong continuava perigoso. Diplomatas russos o convidaram a se mudar para a Rússia. A liderança do país concordou em conceder uma autorização de residência de três anos, sujeita à cessação do trabalho subversivo.
Vida pessoal
Tendo em vista as medidas de segurança tomadas, a vida pessoal do denunciante permanece secreta para um vasto público. Antes de seu nome se tornar conhecido em todo o mundo, Edward morou em uma das ilhas havaianas com Lindsay Mills. Há uma versão de que o casamento civil do casal continua e eles moram juntos em um apartamento alugado em Moscou.
Snowden gosta muito da cultura asiática, em particular da japonesa. Anime e artes marciais o interessaram enquanto trabalhava em uma das bases militares dos EUA no Japão. Então, o especialista em computação começou a estudar a linguagem da Terra do Sol Nascente.
Como ele vive hoje
Em casa, Snowden foi colocado na lista internacional de procurados e acusado à revelia de espionagem e apropriação indébita de propriedade estatal. Hoje sua localização exata é desconhecida. A Rússia estendeu o direito de permanecer em seu território até 2020 para o agente desgraçado. O diretor da CIA está confiante de que Snowden é obrigado a assumir responsabilidades perante o tribunal americano, mas não faz contato com a diplomacia americana. O especialista em segurança está pronto para retornar à América se tiver certeza de que o processo será aberto ao público em geral.
O famoso denunciante não vive uma vida fechada. Seu rosto pode ser visto com frequência em várias conferências sobre direitos humanos e tecnologia da computação. Muitos países o convidam para dar palestras ou participar de festivais de música e cultura. Por essa videocomunicação, Snowden recebe bons honorários, hoje o tamanho deles se aproxima de seus ganhos na América. Mas o próprio Eduardo não se cansa de repetir que a vida na Rússia é cara, e como, saindo de sua terra natal, não levou nada consigo, tem que ganhar dinheiro ele mesmo. Mesmo sem saber o idioma, ao longo dos anos Snowden visitou muitas partes da Rússia, mas ainda passa a maior parte do tempo na rede global.
A figura polêmica do técnico despertou o interesse dos desenvolvedores de jogos por ele se tornar um herói. O jornalista britânico Greenwald dedicou a ele o livro "Nowhere to Hide" e, em 2016, o diretor americano Oliver Stone apresentou um filme sobre a vida de um agente.